O olhar da terapeuta – Diagnóstico

Observo, no exercício da acupuntura, que o reconhecimento do desequilíbrio energético é sem dúvida um elemento-chave para a determinação de um tratamento lúcido e coerente.

É um sistema médico desenvolvido ao longo de centenas de milhares de anos, experimentado e testado à custa do sofrimento humano, resultando numa propedêutica detalhada e numa classificação sindrômica clara e revolucionária, que traz para o bom entendedor uma visão física esmiuçada do terreno, determinante para o desenvolvimento de doenças.

A capacidade de elaborar um tratamento com precisão requer do acupunturista o conhecimento das síndromes energéticas, além de uma verdadeira capacidade de síntese. Qualidade assim é obviamente adquirida a partir do amadurecimento dos conceitos clássicos e da prática clínica.

A Medicina Tradicional Chinesa despertou no ocidente durante o governo de Mao Tsé Tung, após um jornalista da comitiva do presidente Nixon ter se submetido à acupuntura durante uma viagem à China, em 1971. Naquele momento, a acupuntura veio para o ocidente seguindo o modelo de ensino ocidental, o que, por um lado, facilitou sua popularização, mas, por outro, distorceu suas bases, deixando alguns conceitos comprometidos. Tal fato pode gerar desistência de alguns em compreender esta ciência médica. Um bom exemplo é a complexidade da arte diagnóstica da palpação do pulso chinesa.

Defendo a acupuntura de forma plena, com toda a sua potencialidade transformadora, porque acredito que o homem do nosso tempo precisa desse legado.

Acredito na síndrome energética e procuro por ela. Imagine, por exemplo, o tesouro que é identificar a existência de um padrão de deficiência do Yin do Rim e do Pulmão e, nos pontos que o tonificam, de uma espécie de “start” para aquele sistema buscar, em seu tempo, os caminhos para a recuperação dos mecanismos de adaptação fisiológica, reparando tecidos, ajustando a liberação de substâncias endógenas, aumentando seus limiares, acelerando ou desacelerando o metabolismo, aprofundando o sono e tudo mais de que o organismo necessita para restaurar o equilíbrio, eliminando a causa de sua exaustão ou sobrecarga.

Precisamos ter clareza diagnóstica, até porque só se sabe o que fazer quando se sabe o que está acontecendo. Não é difícil selecionar pontos para enjôo, dor de cabeça ou insônia de uma forma “alopatizada”, como receita de bolo; no entanto, é pobre essa abordagem.

Incrível e sensacional é ter domínio e consciência do quanto um sistema médico milenar como este pode ajudar o homem de hoje em sua complexidade, fragilidade e desafios.  

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CÁTIA M. C. RAPOSO
Acupunturista (IARJ) e Fisioterapeuta (IBMR)
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