Diagnóstico na MTC – Avaliação da língua

Quando o paciente nos expõe sua língua está mostrando o seu interior. Esta é uma importante etapa da avaliação, junto com a anamnese e a palpação do pulso. A noção das características físicas da doença e condições do “terreno” ficam claras quando sabemos explorar bem esta etapa da avaliação.

Características ligadas à forma, tônus, cor, rachaduras, distribuição e espessura da saburra (capa), trazem informações valiosas sobre a presença de frio, calor, vento, umidade ou secura, além de indicar os órgãos mais comprometidos.

Esta análise considera a anatomia topográfica da língua, onde a ponta, por exemplo, se relaciona ao coração. Desta forma, se a ponta da língua se encontra muito vermelha, podemos considerar a presença de calor neste órgão, já que o vermelho é  característico da presença deste fator. Devemos compreender que não há qualquer relação com doença cardíaca, porém seguramente encontramos manifestações que caracterizam a presença de calor neste órgão, como insônia, verborragia, palpitação ou euforia.

Como um gestor ambiental, o acupunturista é capaz de reconhecer as dinâmicas biofísicas do terreno, traçando estratégias para recuperação das capacidades de adaptação fisiológica e aumento  da energia vital e, consequentemente, do estado de equilíbrio da saúde.

Junto com a anamnese e a palpação do pulso, a avaliação da língua representa uma etapa muito importante do estudo de caso para a identificação da presença de uma ou mais síndromes energéticas. É a partir desta compreensão que o princípio de tratamento é definido, seja com acupuntura, dietética ou fitoterapia.

A avaliação da língua é uma ferramenta riquíssima da semiotécnica chinesa. Imaginem o valor desta visão somado às conquistas científicas num contexto multidisciplinar em saúde.

As fotos abaixo trazem alguns exemplos de alterações da língua e seus significados:

 

Língua com saburra grossa e seca, rachaduras profundas especialmente na região do Pulmão. (Foto por: Cátia Raposo)

 

 

Língua curta, pálida com áreas violáceas, indica estagnação por deficiência de substâncias vitais. (Foto por: Cátia Raposo)