Cátia Raposo praticando Qi Gong

O olhar da terapeuta – Qi Gong

Completei “bodas de prata” no exercício da acupuntura em 2019 e sigo envolvida com a causa. 

Ser acupunturista exige muito empenho e estudo contínuo. Acredito no que faço e reconheço minhas limitações. É uma alegria perceber minha evolução a cada ano. Sinto que nesta “encadernação” preciso me dedicar a esta arte milenar.

Tive alguns divisores de águas durante minha carreira; e certamente ter feito estudos complementares em Cuba e na China foi importante. Mas nada se compara à minha formação em Qi Gong. Naquele momento percebi um salto quântico na compreensão teórica e filosófica, nas percepções mais abstratas e na técnica de colocação das agulhas.

Tornei-me ainda mais envolvida com a medicina chinesa e passei a considerar que, quando a abordagem moderna ocidental e tradicional chinesa caminham juntas, uma potencializa a outra.

Mobilizar as energias do corpo, conhecendo anatomia de canais e natureza dos órgãos, faz toda diferença. Avaliar um paciente e aplicar as agulhas com a atenção plena que o Qi Gong me trouxe é um diferencial.

Um prazer é ensinar ao paciente alguns exercícios que sei que vão ajudá-lo, como a mãe ensina ao filho e confia quando ele alça voo.

Adoro a ideia da autonomia e sempre amei dar alta. Internamente, me sinto dizendo: “Vai, que a vida é sua e o mundo te espera!”.

É fascinante o diagnóstico através do movimento. Observar uma pessoa se movendo durante uma prática traz dados importantes, talvez os mais óbvios, como estar sem raiz, estagnado ou com o Qi do Baço deficiente.

Prescrever exercícios que desbloqueiam os canais em uma articulação ou tonificam o Yang, por exemplo, é incrível! E quando o paciente descobre isso é melhor ainda.

Algumas séries de exercícios têm indicações clínicas claras, como, por exemplo, o Tai Ji Qi Gong 18 passos, de Liu Hou Sheng, para hipertensão arterial primária.

Não sei o que pensam meus colegas acupunturistas no Brasil e em outros países do Ocidente. Adoraria trocar ideias a esse respeito. Até porque o “óbvio” é muito individual.

Aos pacientes, posso dizer que algumas séries, como o Lian Gong Shi Ba Fa, de Zhuang Yuan Ming, tratam e previnem dores crônicas, sendo uma autoterapia fortalecedora e muito viável.

Minha intenção é ajudar a propagar esta prática tão valiosa em tempos de ameaça de novas doenças.

Aprenda séries básicas de Qi Gong e aprenda um pouco sobre a filosofia que está por trás desta prática!

Saiba mais**

CÁTIA M. C. RAPOSO
Acupunturista (IARJ) e Fisioterapeuta (IBMR)
Crefito: 2.19156

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